Nas últimas 24 horas, Salvador e a Região Metropolitana (RMS) enfrentaram um dos dias mais violentos do mês de outubro, com 14 pessoas mortas por armas de fogo, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Entre as vítimas, cinco mortes foram resultado de ações policiais. O número impressiona, marcando um aumento de 250% em relação à terça-feira anterior, quando foram registradas quatro mortes.
O aumento da violência armada na região é alarmante. Nos primeiros 16 dias de outubro, já foram contabilizadas 89 mortes, com destaque para os 75 homicídios ocorridos entre os dias 1º e 15. Esse número reflete um crescimento de 31,57% comparado ao mesmo período do ano passado.
Casos espalhados pela capital e RMS
Os assassinatos ocorreram em quatro localidades principais: Candeias (5), Salvador (3), Simões Filho (3) e Camaçari (3). Na capital baiana, dois corpos de mulheres foram encontrados no bairro de Fazenda Grande IV, ambas vítimas de tortura na localidade de Vila Vitório. Outro corpo foi achado no bairro de Tancredo Neves, onde um homem foi morto a tiros.
Em Simões Filho, a polícia investiga um triplo homicídio ocorrido no bairro de Aratu, enquanto Camaçari registrou outro caso semelhante na Via Parafuso. Os cinco mortos em Candeias estariam ligados a ações de um grupo criminoso que operava entre as cidades vizinhas, cujos membros teriam sido mortos durante um confronto com policiais militares no bairro de Santo Antônio.
Além das mortes por armas de fogo, o corpo de Renan dos Santos Bonfim, de 20 anos, foi encontrado com marcas de esfaqueamento em um contêiner de entulho no bairro do Barbalho, em Salvador. A vítima apresentava sinais de tortura, como as pernas amarradas, mas a data exata de sua morte ainda não foi confirmada.
Aumento da criminalidade e a resposta policial
Com um cenário de crescente violência, os números evidenciam a complexidade da segurança pública na região. Enquanto alguns dos homicídios estão relacionados ao tráfico de drogas e disputas territoriais, outros casos envolvem ações policiais, o que acende o debate sobre o uso da força e a abordagem militar na resolução de conflitos.
As autoridades prometem reforçar a investigação dos casos, principalmente os que envolvem tortura e múltiplos homicídios, como os registrados em Simões Filho e Camaçari. A população, por sua vez, continua em estado de alerta, temendo novos episódios de violência nas ruas da capital e em suas regiões adjacentes.
O Instituto Fogo Cruzado continua monitorando os dados da violência armada, e os próximos dias serão decisivos para entender se o aumento no número de mortes é uma tendência passageira ou parte de um problema mais profundo. Enquanto isso, as forças policiais intensificam suas operações na tentativa de frear essa escalada de crimes.