quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Mostra em Salvador celebra a obra do cineasta baiano André Luiz Oliveira

Diretor retorna à cidade para apresentar filmes marcantes de sua carreira e participar de debates com o público

Foto: Reprodução

por Tabitha Gomes

Publicado em 18/10/2024,

às 15h12

O cineasta baiano André Luiz Oliveira, conhecido por seu trabalho inovador e contestador, retorna a Salvador para apresentar uma seleção especial de seus filmes. A partir desta sexta-feira (18), a cidade será palco de exibições que celebram a trajetória do diretor, com sessões que incluem debates e homenagens.

Nesta sexta-feira (18), às 19h20, o Cine Glauber Rocha exibe a cópia restaurada de “Meteorango Kid – O Herói Intergalático” (1969), obra que marcou a contracultura brasileira e o Cinema Marginal. O filme, realizado quando André Luiz tinha apenas 21 anos, causou polêmica ao ser lançado no Festival de Brasília, onde recebeu o Prêmio do Público e o Prêmio Especial do Júri.

“Foi um escândalo na época”, relembra o cineasta. “Enfrentei muitos problemas de aceitação, inclusive entre os cinemanovistas e os conservadores. Mas também houve uma explosão de prestígio, especialmente entre a juventude.”

A sessão também presta homenagem a Lula Martins, protagonista do filme e figura icônica da contracultura baiana, falecido em julho deste ano. “Sua atuação é pulsante e sem concessões”, comenta André Luiz. “O personagem principal é um cometa que passa arrasando com tudo.”

No sábado(19), às 19h, o Circuito Saladearte inicia uma mostra dedicada à filmografia do diretor, começando com “O Outro Lado da Memória” (2018). O documentário retrata a tentativa frustrada de adaptar “Viva o Povo Brasileiro”, obra-prima de João Ubaldo Ribeiro. “Amarguei o sabor da derrota, mas transformei em sucesso ao investir na realização desse filme”, explica.

A mostra segue até o final de novembro, com sessões semanais que incluem títulos como “Louco por Cinema” (1994), onde André Luiz explora suas próprias vivências como cineasta, e “Meu Amigo Lorenzo”, documentário que acompanha por 15 anos um garoto autista em sessões de musicoterapia. Este último será exibido no domingo pela manhã, no Cinema da UFBA, como parte do Congresso Labirinto de Autismo.

Com uma carreira marcada por altos e baixos, especialmente durante a Ditadura Militar, André Luiz Oliveira consolidou uma voz original no cinema brasileiro a partir da Bahia. “Vivíamos ilhados, e quem quisesse fazer algo tinha que sair dali”, recorda. “Queríamos derrubar a ditadura e os costumes conservadores, mas estávamos sob uma pressão violenta do Estado.”

Além dos filmes já mencionados, a programação inclui “O Cozinheiro do Tempo – Bené Fonteles”, sobre o artista e ativista central no movimento “Artistas pela Natureza”; “Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa”, uma investigação poético-musical sobre o escritor português; e o documentário “Procura-se Meteorango Kid: Vivo ou Morto”, dirigido por Marcel Gonnet e Daniel Fróes.

As exibições representam uma oportunidade única para o público soteropolitano revisitar a obra de um dos cineastas mais inquietos e transgressores do país, e para novas gerações descobrirem filmes que marcaram época pela ousadia e originalidade.

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