A Bahia se destaca como o estado piloto na implantação do Sistema Nacional de Avaliação Unificada da Deficiência (Sisnadef), um projeto que visa transformar a forma como a deficiência é entefotndida e abordada nas políticas públicas. A proposta busca ir além dos laudos médicos tradicionais, adotando uma análise biopsicossocial que considera as dimensões biológica, psicológica e social de cada indivíduo.
Com a nova abordagem, o objetivo é oferecer uma certificação que será válida em todo o território nacional, facilitando o acesso a políticas públicas específicas para pessoas com deficiência. Além disso, o sistema irá compilar dados relevantes sobre as condições enfrentadas por essa população, que poderá servir como base para a elaboração de futuras políticas públicas.
A iniciativa é fruto de uma colaboração entre a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Lançada em setembro, mês dedicado à luta da pessoa com deficiência, a campanha tem como foco a inclusão e a conscientização sobre a diversidade de necessidades dentro dessa população, que no estado da Bahia conta com cerca de 1,524 milhão de pessoas, representando 10,4% da população acima de dois anos.
Silvanete Brandão, presidente da Associação Baiana dos Deficientes Físicos (ABADEF), enfatiza a importância desse olhar ampliado sobre a deficiência. “Não se trata apenas de um aspecto médico; as pessoas com deficiência necessitam de uma compreensão social mais profunda. Essa análise é essencial para o bem-estar delas e para a sociedade como um todo”, afirma.
Naira Rodrigues, membro da diretoria dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD), complementa que a iniciativa ajudará na formulação de políticas públicas mais equitativas. “Identificaremos as barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência e a necessidade de tecnologias assistivas, respeitando as diferenças étnico-raciais, culturais e regionais. Isso é fundamental para garantir uma abordagem inclusiva em nível nacional”, conclui.
Com essa nova abordagem, a Bahia espera não apenas melhorar a vida das pessoas com deficiência, mas também inspirar outras regiões do Brasil a adotar medidas semelhantes, promovendo uma sociedade mais justa e inclusiva.