Os preços do petróleo dispararam nesta segunda-feira (07), alcançando a marca de US$ 80 por barril, impulsionados pela crescente preocupação com a possibilidade de um ataque de Israel a campos de petróleo no Irã. A data marca um ano do início do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, aumentando a tensão na região. Adriano Pires, diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), atribui a alta a esses temores, especialmente a possibilidade do fechamento do Estreito de Ormuz, uma via crucial para o transporte de petróleo.
“Todos estão receosos de que o Irã se envolva na guerra, e essa alta de preços, do ponto de vista da oferta, não é justificada”, explicou Pires ao Estadão/Broadcast. Ele apontou que a Guiana, os Estados Unidos e até a Rússia estão aumentando sua produção, desafiando a especulação que cerca o mercado. “A Rússia, mesmo em conflito, tem mantido sua produção e continua a fornecer diesel ao Brasil”, acrescentou.
Além disso, Pires destacou que a economia chinesa ainda não se recuperou completamente, o que deveria conter a demanda por petróleo. “O mercado está muito especulativo, e os grandes produtores podem estar cortando a produção para manter os preços altos”, comentou. Por volta das 12h30, o petróleo tipo Brent subia 2,10%, em um movimento que começou na semana anterior com o agravamento do conflito no Oriente Médio.
A ameaça de fechamento do Estreito de Ormuz, que transporta cerca de 20% de todo o petróleo comercializado globalmente, é uma preocupação central. Pires observa que, embora a alta atual não indique uma estabilização nos preços, a concretização dos rumores sobre um ataque a instalações petrolíferas iranianas poderia levar o preço do barril a até US$ 100, uma expectativa que já foi considerada quando as tensões entre Israel e Hamas se somaram ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Dependendo da magnitude do ataque, tudo é possível”, finalizou Pires, sinalizando que a instabilidade no Oriente Médio continua a ser um fator determinante nos mercados de petróleo.