O governo federal anunciou nesta quarta-feira (16), a decisão de não retomar o horário de verão em 2024. A informação foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após meses de debates sobre a possível volta da medida.
“Chegamos à conclusão que não há necessidade de decretação para este período, para este verão”, afirmou Silveira.
Apesar da decisão, o ministro ressaltou que a possibilidade de adoção do horário de verão será reavaliada em 2025.
Mesmo com a grave crise hídrica enfrentada pelo país, o ministro afirmou que as medidas adotadas ao longo do ano garantiram a recuperação dos reservatórios, eliminando a necessidade de adotar a medida, que normalmente atrasa os relógios em uma hora, visando economizar energia durante o período de maior luminosidade natural.
A estiagem levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a recomendar a volta do horário de verão, afirmando que a medida contribuiria para uma maior eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), especialmente entre 18h e 20h, quando a geração de energia solar diminui e a demanda aumenta.
Segundo um relatório do ONS, a implementação do horário de verão poderia resultar em uma redução de 2,9% na demanda máxima, gerando uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões nos custos operacionais entre outubro e fevereiro.
Apesar da recomendação, o assunto gerou divergências entre os setores empresariais do país. Associações de comércio, turismo e lazer manifestaram apoio à medida, prevendo uma maior movimentação nas ruas. Por outro lado, setores como transporte aéreo e indústria mostraram resistência. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) destacou a necessidade de um prazo de seis meses para adequar horários e conexões, uma vez que os bilhetes são vendidos com quase um ano de antecedência.