Um morador de Ipiaú, cidade no sudoeste da Bahia, está processando a Prefeitura de Salvador e o Estado da Bahia por conta da longa espera e da falta de atendimento adequado em uma unidade de saúde da capital. O paciente, que sofre de uma doença psiquiátrica, precisa se deslocar 360 km todos os meses para receber tratamento médico em Salvador.
O paciente, diagnosticado com Transtorno de Personalidade Borderline, faz acompanhamento psicológico e precisa de medicação regular para controlar a instabilidade emocional e a hipersensibilidade características da doença.
Em agosto, ele buscou a Unidade Básica de Saúde (UBS) Clementino Fraga, na Avenida Centenário, para renovar sua receita médica e dar continuidade ao tratamento. No entanto, enfrentou uma longa espera de quase um dia inteiro para ser atendido.
De acordo com a ação judicial, o paciente chegou à unidade de saúde às 9h58 do dia 6 de agosto e só foi atendido às 17h42, após quase oito horas de espera. Durante esse tempo, ele permaneceu sem se alimentar, o que agravou seu quadro de saúde, causando mal-estar físico e psicológico.
Na ação judicial, o paciente argumenta que a longa espera e a falta de assistência caracterizaram descaso e negligência por parte da unidade de saúde. Ele destaca que, mesmo sendo portador de necessidades especiais, não teve acesso a um tratamento digno e rápido, sendo “tratado com total indiferença”. O paciente afirma ainda que “a falta de cuidado e a demora cruel no atendimento transformaram um simples pedido de auxílio médico em uma prova de resistência física e emocional”.
O processo ainda está em fase inicial, e a Prefeitura de Salvador e o Estado da Bahia ainda não apresentaram defesa ou esclarecimentos sobre o caso.