Prefeitos baianos multiplicam patrimônio e entram para o clube dos milionários em quatro anos

Foto: Divulgação

por Maria Izabel Oliveira

Publicado em 27/09/2024,

às 14h20

Nos últimos quatro anos, três prefeitos de cidades da Bahia passaram a fazer parte do seleto grupo de milionários brasileiros.

A evolução patrimonial dos gestores foi revelada por uma investigação da Agência Tatu, que analisou as declarações de bens dos prefeitos de todas as cidades do Nordeste, comparando os dados de 2020 e 2024.

O estudo considerou prefeitos que em 2020 tinham menos de R$ 999 mil em patrimônio, mas que em 2024 ultrapassaram a marca de R$ 1 milhão.

Um dos casos de maior destaque é o da prefeita de Nova Viçosa, Luciana Machado, do União Brasil. Em 2020, Luciana possuía um patrimônio de R$ 622 mil. No entanto, em 2024, esse valor saltou para impressionantes R$ 11,5 milhões, um aumento de 1.758,19%. O maior crescimento em seu patrimônio foi devido à participação de 45,98% no capital social da empresa Patrimonial Futuro, avaliada em R$ 10 milhões, que atua no setor de produção rural. A empresa foi criada em 2022, tendo como sócio-administrador o marido da prefeita, o deputado estadual Robinho.

Outro prefeito que apresentou crescimento patrimonial expressivo foi Artur Silva, de Barra, no oeste baiano, filiado ao Progressistas (PP). Em 2020, Artur havia declarado R$ 329 mil em bens. Já em 2024, seu patrimônio saltou para R$ 2,6 milhões, um aumento de 717,67%. O prefeito destacou a posse da Fazenda Vale Verde, avaliada em R$ 1,5 milhão, como parte importante de seus bens. A propriedade, adquirida em 2000, não havia sido declarada em campanhas anteriores, mas foi incluída este ano.

A prefeita de Mucugê, Dona Ana, do PSB, também faz parte do grupo dos prefeitos que se tornaram milionários. Eleita em 2020, ela declarou na época um patrimônio de R$ 579 mil. Em 2024, seus bens saltaram para R$ 4,1 milhões, um aumento de 621,49%. Segundo a declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o crescimento patrimonial está relacionado a um empréstimo de R$ 3,5 milhões concedido ao filho, que, conforme sua assessoria, se refere à venda de uma fazenda herdada de seu falecido marido.

As evoluções patrimoniais dos gestores baianos chamam a atenção e levantam questionamentos sobre a origem dos recursos. Embora os prefeitos justifiquem o crescimento de seus bens por meio de investimentos e heranças, a transparência e a prestação de contas desses aumentos têm sido motivo de debate em suas respectivas cidades.

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