O bicheiro Rogério Andrade, um dos nomes mais conhecidos do jogo do bicho no Rio de Janeiro, foi preso na última terça-feira (29) em uma ação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Andrade, que vinha sendo monitorado por tornozeleira eletrônica até abril deste ano, é apontado como líder de uma organização criminosa violenta, investigada pela Operação Último Ato, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A investigação revelou um grupo de extermínio composto por ex-delegados e ex-policiais militares, responsáveis por execuções a mando de Andrade na disputa por territórios de jogos e caça-níqueis na zona oeste da cidade. Entre os membros do grupo está o ex-PM Ronnie Lessa, já condenado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, e a delegada Adriana Belém, acusada de facilitar as atividades da quadrilha.
Segundo o MPRJ, a organização era estruturada de forma hierárquica, com o filho de Andrade, Gustavo Andrade, atuando como o segundo no comando e conhecido como “Príncipe Regente”. Andrade estava em regime de recolhimento domiciliar noturno, mas foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em abril deste ano, a retirar a tornozeleira eletrônica.
A prisão do contraventor marca mais um capítulo na luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro, expondo a aliança entre bicheiros e membros das forças de segurança envolvidos em redes de corrupção e violência.