Na Bahia, seis em cada dez famílias rejeitam a doação de órgãos de parentes falecidos, apresentando um grande desafio para os gestores do Sistema Estadual de Transplantes. As razões para essa recusa são diversas, incluindo fatores religiosos, desinformação e falta de empatia. Em meio a essa realidade, uma nova tecnologia promete acelerar o processo de doação e aumentar as chances de salvar vidas.
Durante o XIX Congresso da Associação Bahiana de Medicina, que acontece nos próximos dias em Salvador, será lançada a plataforma de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo). A nova ferramenta, desenvolvida com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia e do Colégio Notarial do Brasil – seção Bahia, permitirá que a autorização para doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano seja feita de forma totalmente digital.
A implementação da Aedo visa organizar e agilizar a “fila” de transplantes, obedecendo a critérios técnicos previamente estabelecidos. A plataforma promete reduzir interferências externas e possíveis preferências, priorizando a compatibilidade biológica entre doador e receptor, levando em consideração fatores como tipo sanguíneo, genes, peso e altura.
Além da compatibilidade, o regulamento da nova plataforma também define que a ordem de chegada dos pacientes será usada como critério de desempate, dando prioridade àqueles em estado crítico. O objetivo é garantir que todos, independentemente de serem atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por serviços de saúde privados, tenham igualdade de oportunidades no acesso aos transplantes.
Com a Aedo, espera-se não apenas otimizar o tempo, mas também aumentar o número de doações bem-sucedidas, oferecendo uma nova esperança para pacientes que aguardam na fila por um transplante na Bahia.