Um estudo recente da expedição “Ondas Limpas na Estrada”, conduzido pela Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, revelou uma alarmante realidade: todas as águas do litoral brasileiro, desde o Oiapoque ao Chuí, estão contaminadas por micro e macroplásticos. A análise, que abrangeu 306 praias em 201 municípios de 17 estados, apontou que 100% das amostras continham resíduos plásticos, destacando o impacto crescente desse poluente.
A Bahia, com 40 praias investigadas, ocupa o 5º lugar entre os estados com menor densidade de microplásticos, mas a situação ainda é preocupante. Em Salvador, a praia Jardim de Alah registrou 21,6 partículas de microplástico por metro quadrado. A presidente da Sea Shepherd Brasil, Nathalie Gil, ressaltou que o principal tipo de plástico encontrado no estado é de uso único, como bandejas e canudos descartáveis, que representam 46% do total.
A pesquisa também trouxe um alerta sobre a presença de microplásticos em locais remotos, com pouca presença humana, o que indica a gravidade da poluição. Esses resíduos, além de poluírem o ambiente, entram na cadeia alimentar por meio de animais marinhos, podendo atingir os seres humanos. Estudos já identificaram microplásticos no pulmão, coração e até no cérebro de pessoas, o que pode provocar sérios problemas de saúde, como inflamações e distúrbios digestivos.