No bairro da Paz, em Salvador, a situação de insegurança e violência tem se agravado com os recentes ataques armados de traficantes do Bonde do Maluco (BDM) contra o Comando Vermelho (CV) na região do KM-17, em Itapuã. As investigações indicam que os criminosos estão utilizando a Avenida Paralela, que liga os dois pontos em um trajeto de 3,5 quilômetros, como rota para suas ações de ataque.
Moradores da área, temerosos em comentar sobre a violência, relatam como os confrontos têm se intensificado nos últimos meses. “Eles vêm pela Paralela e pelas ruas que conectam aqui ao bairro. Quando chegam, é tiro para todo lado,” descreve uma residente, que prefere não se identificar. O relato é corroborado por comerciantes locais, que afirmam que o clima de medo tomou conta da região.
A escalada da violência é preocupante, com um aumento na frequência e na intensidade dos tiroteios. “Antes, os ataques eram mais equilibrados entre as facções, mas, desde que um homem foi morto aqui, a situação só piorou. Nas últimas semanas, os tiros têm sido constantes, e o barulho assusta até quem mora nos condomínios próximos,” afirma uma comerciante que testemunhou a crescente tensão.
O ciclo de violência se intensificou após um assassinato no KM-17, o que provocou um estado de alerta entre os moradores. As placas de “vende-se” e “aluga-se” se espalham pelas ruas, um indicativo claro de que a insegurança está levando muitos a deixar a área.
Os ataques têm um padrão definido. Criminosos geralmente se deslocam de carro ou moto, evitando a pé, e ao chegar ao local, iniciam uma troca de tiros que pode durar de alguns minutos a até meia hora. “Começa com pistolas e, em seguida, vêm os fuzis. É um barulho insuportável,” relata um morador preocupado com a situação.
A escalada de violência no Bairro da Paz e KM-17 evidencia a fragilidade da segurança pública na região e levanta preocupações sobre o impacto dessa guerra entre facções no cotidiano dos residentes. Com a presença constante de traficantes armados e o medo generalizado, a comunidade se vê à mercê de uma situação crítica que afeta não apenas a segurança, mas também a qualidade de vida local.